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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Marimbondos- Padre Aldo


reprise (a pedidos)

Marimbondos no poço

                                                                 Padre Aldo- espírito

         Há mais de 30 anos atuo numa região de recomposição e resgate, muito conhecida pelos espíritas como "umbral". Seria como o simbólico "purgatório" dos católicos. Na última passagem fui padre, numa região do triângulo mineiro, onde tive, no início do século recém findo, contato direto com o professor Eurypedes Barsanulfo, já que a cidade de Sacramento também pertencia à paróquia onde eu exercia o sacerdócio. Por designação desse Apóstolo do Bem, sem méritos para isso, desde 1977 coordeno o trabalho de apoio e recuperação de irmãos que, encarnados, possuíam talentos artísticos, sobretudo musicais. Meu relato agora se refere a outro tipo.

        Tenho observado, aqui no umbral, um expressivo aumento da população espírita, com pessoas de notável conhecimento doutrinário, principalmente nas regiões mais inferiores, onde os humores são muito pesados, com insuportável calor, alternado por frios inclementes, lama e substâncias gelatinosas, caldos de cheiro repelente e aparência repugnante. É o que chamamos aqui simplesmente de "poço". Importante observar que a revolta do ser simples tem uma aparência e efeitos ruins a seu redor, mas a do culto, ilustrado, ornado com títulos e saberes, é um espetáculo tenebroso, na acepção mais perversa do termo. O espectro semelhante a lavas vulcânicas, que se forma em torno e sobre esses pobres irmãos, é arrepiante, tremendo, autogerados, com formações próprias, na insubordinação. Uma barrela de tons lúgubres, malcheirosos.

         E nos informam os obreiros que trabalham no socorro a estes infelizes seres, da dificuldade em fazer com que eles se recomponham. Porque aquele que não conhece a Verdade, ou dela pouco sabe, quando a descobre, dissolve suas culpas no arrependimento, e se transforma, em pouco tempo. Mas, o que dizer ao que detém conhecimentos e informações que costumam estar até acima dos que os abordam? Com isso, geram uma forte energia negativa, sulfurosa, que remonta às visões de Alighieri sobre o inferno. A revolta provém das dores intensas produzidas nas quedas morais e mentais, que carregaram consigo. As reações ânimo-energéticas afetam as estruturas do perispírito retido, causando dor profunda, contínua. E os irmãos, evoluídos em teoria, mas falhos em algumas atitudes definidas como muito graves, não aceitam a prova, rebelando-se na maior parte das vezes. E clamam por Jesus, por Deus, pelos amigos que estejam em posição superior. A maioria passou na existência carnal grande tempo a pregar, sem vivenciar. Mas, devido à gravidade dos erros acumulados, precisam atravessar períodos de expiações, que agravados pela contumácia são ampliados, elastecidos.

          É importante observar que o maior sofrimento e a dose de mais intensa prova geralmente são conferidas aos religiosos de todos os segmentos, e sobretudo, ultimamente, aos espíritas. Isso nos faz lembrar Jesus, na advertência de que, ao que muito for dado, muito será pedido. E quais são essas faltas de tamanha gravidade? Muitas vezes as cometemos sem nos darmos conta de sua profundidade. Este é o fundamental objetivo dessa mensagem.

         Exemplifico: Certo dirigente espírita das Minas Gerais, de grande vulto, conhecido pela erudição e liderança, ao se encaminhar, após o desencarne consciente, para o setor de triagem, se surpreendeu por ser designado às regiões umbralinas. Sob a acusação de discriminação, racismo e orgulho aviltado, foram-lhe mostrados, na tela da vida, os atos e os efeitos, que produziram feridas morais enormes nos atingidos e precipitaram discípulos e seguidores em erros também de grande monta. E tudo estava sintetizado em um pequeno folheto, um impresso, de dimensões pequenas, que trazia um trecho da chamada "Pureza Doutrinária". Nesse informe alertava ao mundo sobre a Verdade da Doutrina espírita, da necessidade em seguir Kardec (o Codificador sempre reagiu a isso, pedindo, ao revés, que sigamos Jesus), e condenava veementemente os cultos místicos, a que chamou de supersticiosos e inferiores, citando de modo condenatório pessoas que usavam o termo "espírita" para trabalhos em terreiros, e em outros locais, numa inclemente censura aos praticantes dos atos de magia, esoterismo e de origem africana. Cerca de 800 mil desses folhetos já foram distribuídos, em diversas impressões, espalhados em muitos lugares, o que, infelizmente, continua até hoje.     
    
         Nessa miscelânea, e baseado na "bula" muitos julgaram poder agredir ou mesmo desprezar os que, por razões diversas, decidem por práticas diferentes do culto a Deus. Aí, o "não julgueis para não serdes julgados" era mera teoria. E o "amai-vos uns aos outros" se esquadrinhava apenas nos limites dos festivos salões de palestras. Acolher, ensinar, orientar, compreender não servia. Os méritos conseguidos em vida pelo esforçado dirigente eram grandes, mas a quota de dívidas auferida pelos efeitos de tão desastrosa empreitada era muito maior.

        Sofre muito ainda o nosso irmão. E isso prosseguirá até que compreenda e se arrependa, de verdade. O radicalismo de uma ortodoxia discriminatória é um grave e deletério descaminho. Temos rogado em nossas orações para que a consciência venha rápida. Não tem vindo, pois ele insiste em ser socorrido por altas patentes celestes.

        Jesus e todas as doutrinas e religiões que dEle se derivam não precisam de defensores, menos de fiscais. O punho cerrado tem que ser trocado pela mão estendida. Acreditamos que o Mestre espere menos marimbondos e mais abelhas! Propagar, difundir, espalhar, ensinar os preceitos firmados pelo Divino Mestre é indispensável. Porém, jamais devemos nos descuidar das frestas por onde entra o mal, ou por onde sai o ódio, que podem, como temos assistido, intoxicar e comprometer todo o bem que é feito, às vezes de uma vida inteira. "Amai-vos e instruí-vos", na exortação do ínclito codificador aos espíritas não cria privilégios nem superioridade formal, mas aumenta a responsabilidade em servir, em praticar, indiscriminadamente, o amor de Cristo!   
         
    Muitos destes deteriorados irmãos vigiaram os outros, o mundo, e se esqueceram de vigiarem-se a si próprios. Assim, assistimos a subida a planos luminosos de caridosos seres, que passaram pela vida sem grandes conhecimentos, mas auxiliaram na elevação e no bem ao semelhante, mesmo porfiando em humildes e despojados terreiros, tendas, barracos e cafuas. Enquanto isso, laureados e amedalhados "doutores de Deus" são conduzidos a regiões pantanosas e de sofrimento, para o acerto de contas, inevitável, com as próprias consciências. Enquanto descem, imploram o apoio de amigos e exigem, sem eco, a ajuda e intercessão do Papa, Lutero, Kardec, Chico Xavier e outros. Em vão. (Pe. Aldo - espírito)

                              Recebida por Arael Magnus em sessão pública no Centro Espírita Luz na Estrada, em 17 de janeiro de 2009, em Sabará (MG):


Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
 www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd

sábado, 10 de outubro de 2009

O Milagre e o Veneno


Mesmo com o sol alto, o vento frio incomodava o pequeno Jochanam. Protegido por um arbusto, brincava com pedrinhas na areia, levantando-se, de vez em quando para olhar ao longe. Esperava algum sinal da caravana de Jesus e os discípulos.

Estava ali, na estrada do pequeno vilarejo, na Betânia, a pedido de Marta, amiga de Ashira, sua mãe. Ao fundo, no caminho que liga a parte leste de Jericoh, percebeu grande movimentação. Eram muitos. Seguramente só poderia ser o Mestre Galileu e seus seguidores, visto não ser comum tal movimento em plena quinta feira. Ele voltou correndo, e na colina foi ter com Marta, que, avisada por outros, já subia:

- Eles estão chegando, eles estão chegando... - dizia, afobado, Jochanan - até ser amparado por Ashira que também cuidava da irmã de Lázaro, morto desde domingo.

Ao lado, a apoiar-se numa bengala de fina lavra, incrustrada com madrepérolas, Caleb seguia a caravana, enquanto ia conjeturando com Ephraim:
- Pobre mulher - dizia ele em tom diverso - deveria já estar cuidando de suas coisas... O irmão deixou muitas terras, vinhedos e olivais... Ficou sozinha com a outra, Maria. – e com ar interesseiro acrescenta - Vão precisar de alguém como eu para cuidar dos negócios....

O companheiro, notando o olhar cúpido, a ambição voraz do comerciante judeu, adverte:
- Vá devagar Caleb... Lázaro detinha o respeito do Sinédrio... E eles devem proteger as irmãs...

- Claro... Eu sei... Mas não hesitarei em me oferecer para participar... Temo que elas, com a pouca experiência possam deitar fora a herança... - e arrematando com um olhar no futuro - Isso também vai modificar o meu conceito junto a Caifás... e aos sacerdotes...

Já no alto do caminho, Marta e a pequena comitiva enxergam Jesus e os seus que se aproximavam.
- Mestre... Se estivésseis aqui Lázaro não teria morrido... - disse Marta, de joelhos.
Levantando-a e confortando-a nos braços, Jesus falou:
- Marta... Acalme-se... Tenha fé simplesmente... Seu irmão ressuscitará!
- Sim, Senhor, eu sei... Ressuscitará nos últimos dias...

Olhando em derredor Jesus pergunta por Maria, a outra irmã. Informam-no que ela ficara em casa, junto a outros, pois conforme a tradição, aquele era o quarto dia e a pedra do túmulo fora totalmente rolada. Com os olhos fixos na irmã do amigo, Jesus falou, em meio a grande silêncio que se fizera:
- Marta... Eu sou a Ressurreição e a Vida. Aquele que crer em mim ainda que pereça, jamais morrerá!

.......................................
Jesus se dirigiu com os apóstolos ao jardim onde se encontrava a sepultura, uma caverna no sopé da colina. Por sua vez, Marta, pressentindo que algo de extraordinário iria acontecer, foi buscar a irmã.
Caleb e Ephraim acompanhavam tudo, de perto.

- Você viu?!- diz Caleb, cutucando o outro com a bengala - E dizia-se amigo do infeliz morto!... Amigo!...- tartamudeia - enquanto o coitado morria doente, ele estava longe. Dizem que curando os estrangeiros, fazendo as mágicas, bem longe... - e dando de ombros, completa - Esse povo é muito fácil de ser enganado... Ingênuos, deixando-se levar por esse místico, um embusteiro... Também – conclui – o que esperar de quem vem da Galiléia...
Sem objetar, mas sem concordar, Ephraim fez meneio de resignação, e foram para onde Jesus estava com os discípulos e as duas irmãs.

De onde estavam, ouviram quando foi dada a ordem aos ajudantes para retirarem a pesada pedra que vedava o túmulo. Também entenderam - porque grande era o silêncio àquela hora - quando o Rabi, com as mãos aos céus, orou:

- Pai, eu vos dou graças, por atenderes ao meu pedido. Vós que estais em mim e comigo fazeis isto para a para Vossa Glória, para o fortalecimento da Fé...

Com autoridade sublime, olhando para dentro da sepultura, ordena:
- Lázaro... Levanta-te... Vem pra fora!

O Milagre, o maior de todos, se deu. O silêncio foi quebrado por gritos e choros de júbilo e aclamação. Em pouco tempo, Lázaro estava livre das ataduras que o prendiam. Alguns, apavorados fugiam de um lado a outro. Aterrados agradeciam a Deus. Abraçados, Lázaro, Jesus, Maria e Marta, em santa euforia, deitavam lágrimas de gratidão, marcadas em suas faces e panos. Aturdidos, os apóstolos davam Graças aos Céus.

Um pouco afastado, com expressão de assombro, Ephraim, com olhos fixos no amigo, comenta emocionado:
- Acabamos de ver um milagre impressionante, Caleb! Isso só pode ser coisa de Deus... Lázaro ressuscitou!

O negociante sagaz, vendo malogradas suas ponderações preconceituosas, sem disfarçar sua decepção, cofiava a barba rala, deixando à mostra os dentes amarelados. Pensativo, em sorriso irônico, completa

- É... Tudo bem... Ressuscitou sim... Mas observe bem o detalhe: a túnica que cobria Lázaro está toda enlameada... Toda suja... E cheira mal... – e com a mão no nariz, saiu, vociferando - Como fede!

Diz a tradição que Caleb esperou em vão outro Messias até sua morte. Suas gerações posteriores permaneceram nessas convicções e o veneno de suas insinuações se espalhou por todos os cantos da Terra, estando entre nós, nos lábios de muitos, até hoje.

Pe. Aldo – espírito-

(Mensagem recebida por Arael Magnus no Celest - Centro Espírita Luz na Estrada – Sabará - MG, em 3 de Maio de 2009) fundoamor@gmail.com

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

MARIMBONDOS NO POÇO


Há mais de 30 anos atuo numa região de recomposição e resgate, muito conhecida pelos espíritas como “umbral”. Seria como o simbólico “purgatório” dos católicos. Na última passagem fui padre, numa região do triângulo mineiro, onde tive, no início do Século recém findo, contato direto com o professor Eurypedes Barsanulfo, já que a cidade de Sacramento também pertencia à paróquia onde eu exercia o sacerdócio.

Por designação desse Apóstolo do Bem, sem méritos para isso, desde 1977 coordeno o trabalho de apoio e recuperação de irmãos que, encarnados, possuíam talentos artísticos, sobretudo musicais. Meu relato agora se refere a outro tipo.

Tenho observado, aqui no umbral, um expressivo aumento da população espírita, com pessoas de notável conhecimento doutrinário, principalmente nas regiões mais inferiores, onde os humores são muito pesados, com insuportável calor, alternado por frios inclementes, lama e substâncias gelatinosas, caldos de cheiro repelente e aparência repugnante. É o que chamamos aqui simplesmente de “poço”. Importante observar que a revolta do ser simples tem uma aparência e efeitos ruins a seu redor, mas a do culto, ilustrado, ornado com títulos e saberes, é um espetáculo tenebroso, na acepção mais perversa do termo. O espectro semelhante a lavas vulcânicas, que se forma em torno e sobre esses pobres irmãos, é arrepiante, tremendo, auto-gerados, com formações próprias, na insubordinação. Uma barrela de tons lúgubres, malcheirosos.

E nos informam os obreiros que trabalham no socorro a estes infelizes seres, da dificuldade em fazer com que eles se recomponham. Porque àquele que não conhece a Verdade, ou dela pouco sabe, quando a descobre, dissolve suas culpas no arrependimento, e se transforma, em pouco tempo. Mas, o que dizer ao que detém conhecimentos e informações que costumam estar até acima dos que os abordam? Com isso, geram uma forte energia negativa, sulfurosa, que remonta às visões de Alighieri sobre o inferno. A revolta provém das dores intensas produzidas nas quedas morais e mentais, que carregaram consigo. As reações ânimo-energéticas afetam as estruturas do perispírito retido, causando dor profunda, contínua. E os irmãos, evoluídos em teoria, mas falhos em algumas atitudes definidas como muito graves, não aceitam a prova, rebelando-se na maior parte das vezes. E clamam por Jesus, por Deus, pelos amigos que estejam em posição superior. A maioria passou na existência carnal grande tempo a pregar, sem vivenciar. Mas, devido à gravidade dos erros acumulados, precisam atravessar períodos de expiações, que agravados pela contumácia são ampliados, elastecidos.

É importante observar que, o maior sofrimento e a dose de mais intensa prova geralmente são conferidas aos religiosos de todos os segmentos, e sobretudo, ultimamente, aos espíritas. Isso nos faz lembrar Jesus, na advertência de que ao que muito for dado, muito será pedido.

E quais são essas faltas de tamanha gravidade? Muitas vezes as cometemos sem nos darmos conta de sua profundidade. Este é o fundamental objetivo dessa mensagem.
Exemplifico- Certo dirigente espírita das Minas Gerais, de grande vulto. conhecido pela erudição e liderança, ao se encaminhar, após o desencarne consciente, para o setor de triagem, se surpreendeu por ser designado às regiões umbralinas. Sob a acusação de discriminação, racismo e orgulho aviltado, foi-lhe mostrado, na tela da vida, os atos e os efeitos, que produziram feridas morais enormes nos atingidos e precipitaram discípulos e seguidores em erros também de grande monta. E tudo estava sintetizado em um pequeno folheto, um impresso, de dimensões pequenas, que trazia um trecho da chamada “Pureza Doutrinária”. Nesse informe alertava ao mundo sobre a Verdade da Doutrina espírita, da necessidade em seguir Kardec (O Codificador sempre reagiu a isso, pedindo, ao revés, que sigamos Jesus), e condenava veementemente aos cultos místicos, a que chamou de supersticiosos e inferiores, citando de modo condenatório, pessoas que usavam o termo “espírita” para trabalhos em terreiros, e em outros locais, numa inclemente censura aos praticantes dos atos de magia, esoterismo e de origem africana. Cerca de 800 mil desses folhetos já foram distribuídos, em diversas impressões, espalhados em muitos lugares, o que, infelizmente continua até hoje. Nessa miscelânea, e baseado na “bula” muitos julgaram poder agredir, ou mesmo desprezar os que, por razões diversas, decidem por práticas diferentes do culto a Deus. Aí, o “ não julgueis para não serdes julgados” era mera teoria. E o “amai-vos uns aos outros” se esquadrinhava apenas nos limites dos festivos salões de palestras. Acolher, ensinar, orientar, compreender não servia. Os méritos conseguidos em vida pelo esforçado dirigente eram grandes, mas, a quota de dívidas auferida pelos efeitos de tão desastrosa empreitada era muito maior.
Sofre muito ainda o nosso irmão. E isso prosseguirá até que compreenda e se arrependa, de verdade. O radicalismo de uma ortodoxia discriminatória é um grave e deletério descaminho.

Temos rogado em nossas orações para que a consciência venha rápida. Não tem vindo, pois ele insiste em ser socorrido por altas patentes celestes.
Jesus, e todas as doutrinas e religiões que dEle se derivam não precisam de defensores, menos de fiscais. O punho cerrado tem que ser trocado pela mão estendida. Acreditamos que o Mestre espere menos marimbondos e mais abelhas!

Propagar, difundir, espalhar, ensinar os preceitos firmados pelo Divino Mestre é indispensável. Porém, jamais devemos nos descuidar das frestas por onde entra o mal, ou por onde sai o ódio, que podem, como temos assistido, intoxicar e comprometer todo o bem que é feito, às vezes de uma vida inteira. “Amai-vos e instruí-vos”, na exortação do ínclito codificador aos espíritas não cria privilégios nem superioridade formal, mas aumenta a responsabilidade em servir, em praticar, indiscriminadamente, o amor de Cristo!

Muitos destes deteriorados irmãos, vigiaram os outros, o mundo, e se esqueceram de vigiarem-se a si próprios. Assim, assistimos a subida a planos luminosos de caridosos seres, que passaram pela vida sem grandes conhecimentos, mas auxiliaram na elevação e no Bem ao semelhante, mesmo porfiando em humildes e despojados terreiros, tendas, barracos e cafuas.

Enquanto isso, laureados e amedalhados “doutores de Deus” são conduzidos a regiões pantanosas e de sofrimento, para o acerto de contas, inevitável, com as próprias consciências. Enquanto descem, imploram o apoio de amigos e exigem, sem eco, a ajuda e intercessão do Papa, Lutero, Kardec, Chico Xavier e outros. Em vão.

- Pe Aldo -

Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus em sessão pública no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada, em 17 de Janeiro de 2009.
Fundoamor- Fundação Operatta de Amparo e Orientação- Sabará MG
- fundoamo@gmail.com
Acompanhe mais mensagens de Arael Magnus no blog http://intermedium.spaceblog.com.br/

terça-feira, 20 de maio de 2014

Padre Júlio Maria Lombaerde

PRIMEIRA CARTA AO AMAPÁ 

ADVERTÊNCIA
                                                                                                                                            Padre Julio Maria Lombaerde - S.D.N.

      Em 1913, a 27 de fevereiro, uma quinta feira, cheguei em Macapá. Depois de viagem assustadora de barco, aportamos debaixo de um intenso temporal que durou todo o final de semana. A primeira impressão era muito ruim. A lama, a pobreza, as crianças doentes, velhos caídos debaixo de árvores, índias com pequeninos nos colos, mendigando, algumas palafitas próximas ao atracadouro. Um quadro triste. Comigo estavam os padres Joseph Lauth e Hermann, irmãos de Congregação, que me acolheram, temerosos porém de que eu pegasse o primeiro barco de volta a Belém.
      Mas, ao contrário, desde que pus os pés nesta terra, uma emoção extraordinária tomou conta de mim e senti a convicção de que o Senhor tinha me incluído em seus projetos. Meu sentimento era de alegria, manifestava isso. Meus anfitriões pensavam que eu já estava com a febre... pois não compreenderam, de pronto, como eu poderia estar feliz com toda aquela situação.
      Era um povoado raso, com casinhas baixas, e poucas lojas de comércio, as vendas, as bancas de frutas e algumas hortaliças. A igreja era acolhedora, agradável, com bons paramentos, mas para que se chegasse lá era complicado. As pessoas tinham que andar pelo barro, pela água. O primeiro nascer do sol, mesmo sob chuva, foi minha unção e bênção.
     Gostei das pessoas e senti o amor à primeira vista, principalmente para os mais pobres, os mais sofridos. Logo perceberam isso. Meu objetivo era salvar almas, evangelizar, mas com as epidemias de febre, malária, úlceras, pneumonias, tive que me valer de alguns conhecimentos de medicina obtidos em minha estada na África, para também tentar salvar corpos, vidas. A notícia correu e na região souberam do padre que tratava da febre e isso tornou-me muito popular. Fiz uma viagem perigosa até uma aldeia de índios Tumuc Umac e de lá trouxe muito saber e conseguimos sarar muita gente com medicamentos das plantas.
      Poucos sabem, mas mesmo tendo nascido na Bélgica (Waregen- Kortrijk) me naturalizei brasileiro, por amor a Deus e a sua gente. Ao ver o crescimento da “precoce perda da inocência”, da prostituição em Macapá, de jovens e crianças à beira do porto, decidi lutar contra esse monstruoso mal. Mas pouco podia fazer, pois eram inúmeras minhas atividades pastorais e “médicas” e, com recursos de Deus, sob a intercessão de nossa Mãezinha Maria, decidimos criar uma congregação feminina, e assim nasceu a Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria. Essa foi a semente das Congregações Sacramentinas e outras instituições que se sucederam, das quais fui usado como instrumento para fundação, hoje espalhadas por aí, na prática do bem, intercedendo efetivamente no crescimento individual e coletivo.
      Foi nesse tempo que tive uma das maiores manifestações espirituais que vivi, por ter contraído a sezão, com muitas feridas, febre altíssima, frios destruidores. Quando as esperanças de todos se esvaíam, certa madrugada iluminou-se meu quarto como um farol e surgiu no meio da luz Irmã Celeste, uma das que participavam da nossa congregação e que havia morrido algum tempo antes. Falou algumas palavras, evocou Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e desapareceu. Todas as irmãs a viram e disseram que fiquei prostrado, desmaiado até o meio dia seguinte. Ao acordar estava são, forte, lúcido e as feridas desapareceram. Foi um milagre!
      Nos tempos seguintes a doença na região recrudesceu e isso fez com que fôssemos com o convento das irmãs para perto de Belém, mas o coração jamais se afastou de Macapá. De lá segui para o meu destino, principalmente na também muito amada Manhumirim, nas Minas Gerais, onde passei a maior parte do tempo que me foi dado, onde também exerci o amar o povo, sobremaneira os pequenos, os sofredores.
     Nesses quase 16 anos que vivi em Macapá procurei principalmente ser útil aos pobres, às crianças, à juventude, e jamais recusamos qualquer pessoa nos tratamentos, no acolhimento, na misericórdia e na caridade. “Sursum Corda!”
     Quando um numeroso e qualitativo número me procurou no início deste ano, sobre o movimento de restauração moral do estado do Amapá, não vacilei, pois amo essa terra e já bebi dessa água. Não há como refutar. Há radicado em meu coração aquele mesmo amor da chegada.
     Trouxeram-me um levantamento com informações e as conclusões são as mais alarmantes e lamentáveis, mostrando que há uma generalizada infecção em todos os pontos do organismo político/social. Assim, a corrupção grassa nos diversos níveis de governo, tanto estadual quanto municipais e nos órgãos federais aqui instalados. A deplorável falta de controle das verbas, dos gastos, as propinas, os desvios, a apropriação indevida de dinheiro que deve atender às necessidades da população se verifica em todos os pontos para onde são enviados os valores. Não consegui ainda ver exceções e isso causa estupefação! Essa intoxicação do mal é fatídica e levará ao colapso absoluto, em breve, se não for contida, controlada, se não extirpada pelo menos grandemente reduzida.
.     Executivo, Legislativo e Judiciário necessitam urgentemente de grande profilaxia, limpeza pesada, faxina geral. Isso inclui as estâncias maiores e as municipais. Como exemplo, o desnível e a ilegalidade de salários, proventos e subsídios que persistem em 16 municípios, com avultamento na capital. A situação do Parlamento estadual é vexatória, vergonhosa, e dos 24 ocupantes, 27 estão comprometidos por ação e/ou por omissão, simultaneamente. Aguardem os dados.
      As negociatas feitas entre os membros dos 3 poderes se processam quase às claras, numa vulgaridade da ação criminosa. Inaceitável quadro! O comprometimento moral está cada vez maior, e as forças que precisam, podem e devem se interpor a essa súcia, de corrupção desbragada, estão caladas, silentes, distantes, e muitas, infelizmente não apenas conscientes, mas também participantes das tramóias, dos desvios.
      Igreja, clubes de serviço, entidades religiosas, associações de têmpera e força moral precisam se levantar contra esse descalabro. A imprensa precisa responder com a lisura e honestidade que dela se espera, sem submissão, sem agachamento, sem usufruir de recursos escamoteados, apodrecidos pelos roubos.
      A indignação será coroada por Deus, mas a covardia terá um alto preço.  Não se pode conceber impunemente essa derrocada do caminho correto, digno, principalmente quando olhamos ao redor as carências, a pobreza, a miséria, a doença, o abandono dos simples, dos marginalizados. Podemos hoje considerar que os ¾ de milhão de pessoas de hoje no Amapá mais de 650 mil vivem na penúria, na miséria, em condições indignas, insalubres, desumanas.
    Perguntariam: Mas o que podem os espíritos, as almas, que não têm corpo físico, fazer? Assombrar?
    Creiam, (não duvidem!), o preço da descrença pode ser muito caro: Podemos mais que simplesmente assustar. Podemos (e já estamos fazendo isso!) interferir nos rumos, pensamentos, destinos, porque isso nos foi permitido por ordens de Mais Alto. Certa vez uma jovem de uma pequena província francesa conduziu o país à liberdade e à vitória, inspirada por enviados celestiais que lhe ditavam os passos. Existem novas “Joanas D’Arcs”. Os que puderem ouvir ouvirão. Os que puderem ver verão. Mas todos sentirão nossa presença e ação.
     Essa terra que tantos amam e que por ela deram o melhor de si, no esforço para a conquista de uma sociedade equilibrada, com probidade e caráter. Esses que se empenharam na educação, na preparação, ao assistir a esse derribar da decência, da honradez, agora se movimentam para reverter esse giro desgovernado do leme. Não pretendemos o ataque a pessoas, mas vigorosa e intimoratamente, com nossa senda iluminada pela tocha da verdade, com a Fé em Jesus e a confiança na Mãe desta terra, a Santíssima Mãe Maria, nos atiraremos contra o erro, contra os desvios, contra a corrupção, contra a saga imoral que impera e cresce nos níveis de comando desta região tão cara a nossos sentimentos. Os que se desviam que se arrependam antes que os escândalos ocorram, porque os faremos esguichar do chão como fontes termais, no espetar das pustulentas e mal cheirosas mazelas. A comunidade de bem precisa se voltar para as orações, para a reflexão diante da incúria, e não se omitir, sem cumplicidade com o mal. Não há luta por lados ou esquadrões, mas sim pela virtude, pela honestidade, pela dignidade humana.
      Eu e todos os mais de 12 mil que estão empenhados nessa ressurreição do Amapá vamos nos comunicar mais vezes, de diversas formas. Não dependemos de pessoas ou grupos, e ninguém é indispensável, pois nossos rumos e objetivos contemplam causas, não indivíduos ou facções. Terão, daqui a pouco, a certeza de que “Sementem ut feceris, ita metes”- Cada um colhe o que planta.
     Estaremos presentes nos cultos sérios, nas missas comprometidas com o Amor de Cristo, nas reuniões de pessoas de valor, no encontro daqueles que se postaram diante do perigoso desfiladeiro, independente de rótulos ou preferências. Não apenas como assistentes, mas como inspiradores e até mesmo instigando uma postura mais enérgica, mais crítica e atuante, já que o quadro deletério que se apresenta exige Força e Fé. Isso urge, pelo tamanho da fenda moral que se abriu em rio de lama, putrefata, asquerosa, inadmissível.
      Pelo ardor missionário que evoca minha Fé e congregação, conclamamos a toda a sociedade com bons propósitos a esse soerguimento. Conversar sobre isso, falar disso é uma oportunidade que temos de mostrar nosso amor a Deus, no cumprimento de suas lições para a evolução de cada um, para o bem geral.
Que Jesus e nossa Mãe Adorada Maria de Nazaré possam abençoar a todos.

                                                                          Pe. Julio Maria De Lombaerde – S.D.N. – espírito-

“Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam -"Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai a glória”
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         NOTA ANEXA- Conheci o Padre Julio Maria primeiro pelas notícias. Sua coragem e determinação percorreram não só o mundo eclesiástico, mas ultrapassaram fronteiras. Estóico, corajoso, caridoso, obstinado a melhorar o mundo, esse brasileiro nascido na Bélgica, mas que se dizia francês, sempre recebeu de todos nós os mais fervorosos elogios, pelo espírito empreendedor, pela fulgurante Fé, pela entrega da vida ao semelhante, minorando dores, curando feridas do corpo e da alma. A santificada missão desse bem aventurado discípulo de São Luis, servo intransigente da Santíssima Maria, trouxe à Humanidade frutos que até hoje vigoram e se multiplicaram. Vim saber que uma de suas avós era aparentada com minha querida mãe, também nederlanda, da região em que nasci, Leiden. Em sua passagem por Macapá, o bom Padre Júlio deixou indeléveis sinais, como as pioneiras obras, da criação da Banda São José, o Cine Olímpia, o colégio, o convento, a primeira escola de teatro, além de projetar e coordenar obras importantes do município que até hoje auxiliam à comunidade. Indo para Minas ali também edificou pela Fé e para a Glória de Deus a importantíssima Congregação Sacramentina, colégios, hospitais e muitas outras de interferência benéfica na vida comunitária, além da criação de um jornal “ O Lutador”, autêntico, destemido e sábio bastião da Fé.
Deus nos premia com essa iniciativa e com essa abençoada presença e atuação, tenhamos certeza disso.
Esta é, concretamente, a intercessão do Espírito Santo.
Que Jesus nos conduza, sempre.
Padre Aldo- espírito*

-Padre Aldo (Baldwin Van Pettersen) é o coordenador do Projeto Alfa- Almas libertas Francisco de Assis.


Mensagens recebidas em sessão reservada no CEFEC- Valparaíso de Goiás, pelo canal Arael Magnus em 29 de março de 2014.
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